Arquivo da tag: Paulo Barroso

Desavesso

Era ou num era memória?
Era alucinação
Ser alguém de outra história
Era só ilusão
Desvendar o olhar
Ver além da visão
Desvairar o pensar
Dispensar a razão

Desprender-me na estrada
Ser a estrada sem fim
Sendo assim, sem chegada
Ir-me embora de mim
Despedir-me dos meus
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Eu vi Ela na Viela

Eu vi ela na viela da favela
Da favela da marconi
De peruca amarela, a cinderela
Se sentia a sharon stone

Seus plural revela que ela, analfabela
Não formou-se na sorbonne
Mesmo assim armei a teia pra tetéia
O que é do home o bicho num come!

E quando eu dei o bote, no boteco um fuá
E pelo rebuliço, Leia Todo o Artigo

Campanha

Foi tanto amor
que se desfez no ar
e se solveu no gás
que escondeu seu olhar
e por amor eu fiz
meus braços em fuzis
pra disparar o dia
mas você não quis
e foi lutar
do lado oposto ao meu
jurou que vingaria
tudo que perdeu
“Enquanto Leia Todo o Artigo

Vítimas

Trabalhava num trampo de matar
Era caixa num banco do aguiar
Cheques, saldos, carnês e impropérios
Recebia e pagava com seu sangue
E o salário mal dava pra rangar

Certo dia o gerente lhe chamou
E, num tom indiferente, o dispensou
Ficou mudo, parado, cego e pálido
Mas saiu conformado Leia Todo o Artigo