Almôndegas, grupo de rock da cidade de Pelotas, Rio Grande do Sul, foi criado em 1974 por cinco rapazes universitários (formada por Kleiton, Kledir, Quico Castro Neves, Pery Souza e Gilnei Silveira). Neste mesmo ano de 74, realizaram sua primeira gravação: a música “Testamento”, com letra de José Fogaça, música que virou trilha sonora de um programa (Opinião Jovem) que o próprio Jorge tinha na rádio Continental 1120 AM. Na efervescência cultural dos anos 70, em Porto Alegre, Almôndegas mostrou que era possível produzir arte contemporânea a partir de valores regionais. Juntou elementos do folclore gaúcho com o que havia de mais moderno na música brasileira e estourou nas rádios locais. Misturou canções populares com orquestra sinfônica, teatro, grupos de dança e montou espetáculos inesquecíveis. Realizou um trabalho memorável em um cenário até então inexplorado.
Gravaram o primeiro LP (“Almôndegas”), em 1975 (mesmo ano de “Aqui”, trabalho que colocou a faixa “Canção da Meia-noite” na novela Saramandaia, da Rede Globo de Televisão). Em 1977, a banda partiu para o Rio de Janeiro. Kleiton, Kledir e Gilnei levavam outros sonhos na bagagem e contavam com o auxílio precioso dos novos integrantes João Baptista e Zé Flávio. Neste ano, vieram mais dois discos: “Gaudêncio Sete Luas” (na verdade, uma coletânea dos anteriores) e “Alhos com Bugalhos”. Os registros da carreira do Almôndegas culminou com “Circo de Marionetes”, de 1978. No seguinte – 1979 – o grupo se desfez. No total, foram 4 anos e 4 discos que marcaram para sempre uma geração. Almôndegas escreveu um capítulo fundamental da história da música popular do sul e do Brasil, claro. Com uma original (e cada vez mais valorizada) sonoridade acústica de vozes, violões, violino, violoncelo e percussões, Almôndegas nunca saiu de moda e até hoje continua sendo estudada e admirada pelos amantes da boa música.