Não se deixe enganar, mano
Não vai cair maná do céu
Nem pão nem peixe nem pastel
Mas mande logo um cartão postal
Quando chegar no nirvana
Na terra que jesus prometeu tem dor
Tem que dar nosso suor
Tem que dançar balé num pé só
Tentar levar
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Templo
Se você olha pra mim
Se me dá atenção
Eu me derreto suave
Neve no vulcão
Se você toca em mim
Alaúde emoção
Eu em desmancho suave
Nuvem no avião
Himalaia himeneu
Esse homem nu sou eu
Olhos de contemplação
Inca maia pigmeu
Minha tribo me perdeu
Quando entrei no templo da paixão
Duas Margens
Quando o tempo me cobrir os céus
Com a anágua suja da tua espera
E teus lábios forem duas margens
Um gritando calmaria, outro clamando tempestade
Eu voltarei, de corpo e barco voltarei
E por ti seguirei minha viagem
Navegarei entre teus braços e segredos
Onde Estará o Meu Amor
Como esta noite findará
E o sol então rebrilhará
Estou pensando em você…
Onde estará o meu amor?
Será que vela como eu?
Será que chama como eu ?
Será que pergunta por mim?
Onde estará o meu amor?
Se a voz da noite responder
Onde
Mulher Eu Sei
Eu sei como pisar
No coração de uma mulher
Já fui mulher eu sei
Já fui mulher eu sei
Para pisar no coração de uma mulher
Basta calçar um coturno
Com os pés de anjo noturno
Para pisar no coração de uma mulher
Sapatilhas de arame
O balé belo infame
Para pisar no coração de uma mulher
Alpercatas
Sanfoninha
Que é que eu sei
Sobre o amor
Só se for
A sombra do avião
Que sobrevoou
Sem aeroplanejar
Sem aterrissar
E ainda assim acariciar
Os cabelos da melissa
Neblina que não fina
Sinfonia
Som de sanfoninha