Voa juriti
Vê se não liga não
Seu canto é mais forte
Que a estação
Vê se pousa em um galho
E aprenda a viver
Como um galho
Quebra o galho
Pra você
(Voar) Vê se esconde o cinza celeste
(No ar) Vê se ocupa o espaço celeste
Voa juriti
Vê se não liga não
Seu canto é mais forte
Que a estação
Vê se pousa em um galho
E aprenda a viver
Como um galho
Quebra o galho
Pra você
(Voar) Vê se esconde o cinza celeste
(No ar) Vê se ocupa o espaço celeste
Eu prefiro um barco pequeno
A um grande navio
Fruta verde amadurece
Depois vem apodrecer
Num barco pequeno navegam
Esperanças de alto mar
E quando vem a madrugada eu nem quero pensar
E quando vem a tempestade eu nem quero navegar
Mas eu sou um pobre navio
E tenho que padecer
Podre navio
Uma noite eu pensei em dizer
Palavras bonitas
Dificeis de esquecer
Que possam consolar
O sono dos injustos
A profissão das mortes
O sonho das serpentes, serpentes
Ai, pobre de mim
Bandido solitário
Ai de mim
Perdido na cidade desgarrada
Tentando o impossível
Procurando
Quando eu for embora
Eu conto com você na estrada
Por favor
Nem sei o que me espera
Nem sei o que é que falta
Pra você entender
É bem maior
Do que eu possa imaginar
Não tem início nem fim
Somos a primeira nuvem
Que o vento não levou
Esta manhã
Eu espero por você
Voando bem devagar…
Sem farol
Sem fogueira ou lampião
Perdido na noite
Não vejo sinal
Do dourado da manhã
Mas espero sentado
Um caçador
Que procura sua presa
Na floresta, no quarto ou na mesa
Tem mesmo que esperar
Sem medo do vem depois
Como um rio
Não perde a direção
Eu conheço o caminho
E como
Minha sombra
É como o açoite
Na noite
Nenhum perigo me assusta
Quando posso descansar
Fecho os olhos e vejo
Lá no fundo do olhar
Um novo desenho sem linhas
Eu não entendo mais essa vida
Sabe, eu estou ficando louco
Já nem sei o que se passa
Não pergunto mais por que
E esse forte