Quando a tarde vinha ele chegava
E me ignorava de mansinho
Tinha um piano que tocava
E o meu coração em desalinho
Viajava dentro da canção
Mal a noite vinha eu calava
Esperando a morte que não vinha
Tinha meu avô que delirava
Tanto era o dinheiro que não tinha
Tão profunda sua solidão
É tão triste ver partir alguém que a gente quer com tanto amor
E suportar a agonia de esperar voltar
Viver olhando o céu e o mar
A incerteza a torturar
A gente fica só
tão só
A gente fica só
Tão só…
É triste esperar…
Doce menina
Da pele morena
Vira o teu rosto pro mar
Minha pequena, cheirosa e serena
Que a vida há de salgar
Minha menina
Me ensina um poema
Conta da estrela e do mar
Mente uma historia
Cigana pequena
Que o tempo vai me roubar
Na lua cheia
Se assanha e ensereia
Faz seus cabelos dançar
A cidade gelada de frio
Me esperava de braços abertos
Seu contorno sem pontas, macio
Lembra muito teus traços incertos
De vc sinto falta e vontade
E a saudade que fica queimando
Vez em quando a vida me pega
Que nem pedra, rolando, rolando
E eu sem nome no meio do mundo
E eu no fundo de algum
Das sombras quero voltar
Somente aprendi muita dor
E vi com tristeza o amor morrer devagar se apagar
Quero voltar
Poder a saudade não ter
Não ver tanta gente a vagar
Sem saber viver
Vou sem parar
Das tardes mais só renascer
E mesmo se a dor encontrar
Sabendo o que sou
Não
Lento é o rio, manso é o mar
Pequeno é o céu pro teu navegar
Tímido é o sol, sombrio o luar
Pouco é o chão pro teu andar
Novas manhãs, vais descobrir
Galos e cães iram te seguir
Por aí vai viver, quem te ouvir vai
Do jeito que eu te amei
A noite vai escurecer
Vais então acender a estrela
