Arquivo da tag: Francisco Mário

Manto

O ouro que come o homem
Na mina que leva ao fundo
A vida de quem consome
A morte de todo mundo.

O manto que envolve o poço
A mão que maltrata a terra
E tira pão e desgosto
O mito, a fama e a guerra.
Só vejo o dia a dia
O ar, a montanha, o rio
Mas morre minha Leia Todo o Artigo

Bailarina

São duas vidas enjauladas
Do domador e da domada
São duas feras de mentira
Quando um ri a outra chora
Quando mente o outro jura
Sendo assim.. Era uma vez..

Uma bailarina
Que me de desejos
De eu ser dançarino
E de contar segredos
De pintar o meu nariz
De vender algodão
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Reses Tensas

Por que eu choro
Me diz meus olhos
Por que eu choro
Se a raiva é tanta
Queima as entranhas
Uma explosão
Desfaz meus gritos
Secos doídos

Por que me mandam
Me diz se penso
E quero imenso dizer não
A quem me tenta
Quase me compra
Nego brigo e digo não
A voz que manda, me ordena..

Obedecer, obedecer
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Valsa do Mata-Cachorro

Veludo azul
No danúbio
Da malha contorcionista
Homem, mulher
Criatura dúbia
Lista de cor mista
Furta-cor, prata dos dentes
Presos ao gancho de prata
Peixe de luz no danúbio.

No escuro núbio
Da sombra contempla
O número, o homem
Feito de corda
De lona
O proto-protagonista
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Ouro Preto

Ouro preto tem umas montanhas
Espalhadas ao redor da cidade
São montanhas de minas
São montanhas de minas

Ouro prêto tem umas montanhas
Espalhadas protegendo
A cidade do mundo
São montanhas de minas
São montanhas de minas

Ouro prêto tem umas montanhas
Que guarda todos os gritos
Das Leia Todo o Artigo