É história de verdade mas parece ficção
É na minha puberdade eu frequentava a dicção
Sentadinho do meu lado um brotinho encatador
Mas ele estava apaixonado justo pelo professor…
E nem desconfiava que era impossível aquele amor
E para chamar atenção, no
Arquivo da tag: Eduardo Dussek
A Deputada Caiu
No sábado, depois de uma noitada
Regressou arrasada a nova empregada
Que trabalhava para aquela deputada
Que estava cassada
Um bilhete na sala do apartamento
De Copacabana, escrito que não engana
Arregalou os olhos de Sebastiana
Foi o tempo de correr na janela
A patroa, era ela, que iria se jogar
Já
Ave
Ave!
Que em minha casa deixaste
A face
Em todos os espelhos
Tuas asas
Manchadas
E voaste entre as cortinas
Te aninhaste entre os lençóis
Pássara!
Que em meu corpo pousaste
O rosto
Todo em sorrisos
Passageira
Veloz em minha vida
E brincaste na janela
Tão livre
Pássara!
Passarás novamente!
Injuriado
Não é que eu tava numa mais ou menos
Andando com a rapaziada catita e legal
Mas de repente detalhes pequenos
Me fizeram entre outras coisas sair do normal
Eu fui ficando pouco a pouco injuriado
Mal humorado, abandonado sem até poder amar
A tal da crise deixou
Cantando no Banheiro
Cantando no banheiro, berrando no chuveiro
Deixo logo o meu corpo inteirinho ensaboado (Ensaboado)
Benzinho eu fico ensopado (Eu ensopado)
Papai bate na porta, a maçaneta entorta, eu não abro (Eu não abro)
Ah, eu não abro (Eu não abro)
Mamãe diz que está morta
Olhar Brasileiro – 1981
Eduardo Gabor Dusek Começou a carreira artística como pianista de peças de teatro aos quinze anos, quando estudava na Escola Nacional de Música. Mais tarde, passou a compor suas próprias canções e montou uma banda, que acabou apadrinhada por Gilberto Gil.