Tenho você em meu quarto
E apesar deste fato
Posso apenas tocar seu rosto
Um rosto miúdo, insensível, gelado!
E até eu havia pensado
Que, quando fosse possível
Nos isolarmos do mundo
E ficarmos fechados num quarto
A gente ia se amar pra valer
Arquivo da tag: As Marés – 2015
…E Só (Com João Marques)
Todo dia a gente sonha à noite
Toda noite a gente acorda dia
Toda tarde é muito tarde sempre
Sempre é bom lembrar que o sol desponta
De manhã toda manhã nascente
E depois dele brilhar poente
Quanto tempo faz?
Não recordo mais
Se a dor não se desfaz
E o amor descansa em paz
Só nos resta amanhecer
No Fundo do Poço (Com Guerreiro)
Olha, seu moço
Eu faço aquilo que posso
Sigo roendo esse osso
Vou me virando do avesso
Me erguendo a cada tropeço
No meio desse alvoroço
Olha, seu moço
Ai, meu patrício
As minhas mágoas confesso
Vivo do jogo e do vício
Já arrisquei alguns versos
E cada palavra é um
Febre Devida (Com Cordeiro)
O sol quando nasce de manhã
Vem doido, doidinho, me atentar
A vida me chama para a luta
Na febre de dentro a gente oculta
Vontade louca de chegar
Atrás da vontade a gente esconde
O rosto de alguém que lá ficou
O vento que sopra lado-sul
Traz cheiro de morte e de morrer
Coragem