Arquivo da tag: Almôndegas – 1975

Até Não Mais

Até não mais
Eu resolvi partir
E foi depois
Que o galo repetiu

O sol nasceu
E a vida tá aí
Até não mais
Não pude resistir

Nossa cama é boa
E o travesseiro superior
Só não gosto do teu pé gelado
E do cheiro do cobertor

Até não mais…

Nossa mesa é farta
Falta nada pra rabear
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Clô

E falando na tua festa
Saia dessa, meu amor
Escutando na eletrola
A Gal, no fundo um luar
E os traços firmes no chão
Vão fazendo a poesia
Com os cabelos na mão
E ficando assim na sala
Ao primeiro cigarro
Clô, meu bem, não faça isso
De Leia Todo o Artigo

Almôndegas

Na noite três ontonte
Me parei me preguntá
Porque que o zóio enxerga
E o nariz é pra cheira

Pra que guspir na cara e mora no outro lugar
Pra que comprar lamborguini se tem perna pra andar
A trupe da falsidade tá com os vidro embaceado
Ele fica enfumaçado na perfísia da energia
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Amargo

Amigo, boleie a perna
Puxe um banco e vá sentando
Encoste a palha na orelha
E um crioulo vá picando
Enquanto a chaleira chia
Um amargo vou cevando

Foi bom você ter chegado
Eu tinha que lhe falar
Um gaucho apaixonado
Precisa desabafar

Chinoca fugiu de casa
Com meu amigo João
Bem diz que Leia Todo o Artigo

Daisy, My Love

Eu conheci uma garota genial
Americana com uma calça Levi Strauss
Com um Gillete, Coca Cola e Chevrolet
Miami beach, Jacqueline e chiclet
Daisy, Daisy, my love

Daisy depois de conhecer o carnaval
Ficou com cara de uísque nacional
Como pandeiro, Petrobras e Nescafé
Caneta Bic, Três Leia Todo o Artigo

Pena Gô que entre tanto amor
Ainda sejamos sós
Calou-se nossa voz
Neste silêncio de outono
No abandono de um pouco de sol.

Pena Gô que sempre tanta dor
Esgote nosso ser a sede de viver
E a poesia renascida
De nossa paz
Se perca em versos tão banais
Estremecida, espere Leia Todo o Artigo