Olá, olá
Orra meu, quinta…
1,2,3 e…
Eu eu tô ficando velho
Cada vez mais doido varrido
Rockeiro brasileiro
Sempre teve cara de bandido
Vou botar fogo nesse asilo
Respeite minha caducagem
Porque essa vida é muito louca
E loucura pouca é bobagem
Tá lembrado de mim?
O amigo de infância, do sonho e do doce
Do pão e do bar
O amigo do chope, da conta rachada
Que te procurou, já faz tempo
Tá lembrado de mim?
Você numa boa e eu na pior
Bati na sua porta, contei meu azar
Pedi para dormir, pedi
Ser atriz, ser feliz
Ex-favelada conquista Paris
Jóias, corbéis, gritos de bis
Um gentil homem, que lembre Aramis
Ter sempre carne, licor de Anis
No Balcão
Servem pé, pra um funcionário
Pra um operário, pra um otário qualquer o avental azul
Os seus sonhos, manchas de café
Eu preciso mandar notícias
Pro coração do meu amor me cozinhar
Pro coração do meu amor me refazer
Me sonhar
Me ninar
Me comer
Me cozinhar como um peru bem gordo
Me cozinhar que nem anum-tesoura
Um bezerro santo
Uma nota triste.
Me cozinhar
Canta, canta
Sente a beleza
E canta, canta
Esquece a tristeza
Tanta, tanta
Tanta tristeza
Canta
Canta, canta
Quem canta o mal espanta
Vai sempre cantando mais, mais
Canta pra não chorar
Canta, canta
Canta, vai, vai
Segue cantando em paz
Canta, canta
Canta mais…
Mãos plantando, compondo
Passando tijolos
Mãos cavando, cortadas
Nas linhas de pesca
Catando no lixo, dormentes
Mãos recém nascidas
Mãos mortas
Mãos de carpinteiro
Mãos de artífice
Mãos de Severino
Mãos de Eurídice
Mãos
