Compactos

O Pequeno Notável

Há tempos atrás, uma das estratégias mais seguras e interessantes da indústria fonográfica para divulgar os artistas e suas obras era o lançamento de um disco em forma compacta, contendo, normalmente, duas músicas – uma do lado A e outra do lado B. Muita gente adorava porque era prático e econômico. Muitos gostavam de ouvir os sucessos que tocavam na rádio, sem se importar com as outras faixas menos tocadas. Deste modo, o compacto era perfeito para atender a este público.
No Brasil, os compactos deixaram de ser vendidos em 1989. Foi durante os anos 70 e início dos 80 o auge das vendas deste modelo de disco. Para se ter uma ideia, nos anos 70 foram vendidos 136 milhões e 600 mil álbuns destes disquinhos e nos anos 80, 56 milhões e 210 mil (fonte: Associação Brasileira de Produtores de Discos – ABPD).
Porém, o cálculo para o número de cópias é diferente. A ABPD seguia para a contabilidade a orientação da IFPI (International Federation of the Phonographic Industry) onde cada 3 cópias equivaleria a 01 álbum. Com esta contabilidade podemos chegar aos estrondosos números de quase 500 milhões de compactos vendidos nos anos 70 e aproximadamente 169 milhões nos anos 80. Mas, há um porém nestas contas e datas: as fábricas brasileiras Polysom e Vinil Brasil não abandonaram o formato e ele ainda é fabricado e vendido no país, porém, com números bem mais modestos.
A alegação da indústria fonográfica para extinguir as vendas e produções do compacto é que nele se vendia a música e no Long Play (LP), o artista. Mas, este último modelo rendia muito mais lucros às gravadoras fazendo com que, a partir dos LPs, alcançassem cifras monstruosas em lucratividade, o que fez penderem para o fim das vendas dos disquinhos com duas ou quatro músicas. Para o artista isto também foi bom, pois, pode mostrar seu trabalho com mais amplitude. Porém, o disco de 7 polegadas servia (e ainda serve) como “carro de entrada” de novos talentos e nos períodos do auge da sua produção desempenhava também a importante função para os produtores de discos avaliarem se deveriam ou não produzirem um LP levando em conta o sucesso ou o malogro de um determinado artista, banda ou conjunto.
Mas, mais que tudo isso, além dos interesses econômicos, nossa memória afetiva tem o compacto como um dos objetos mais icônicos da história, despertando saudosismo e felicidade que não temos hoje em dia diante da tecnologia cada vez mais voraz e fulgás.

Referências


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