Entendendo (e sentindo) a Música


Normalmente, quando ouvimos uma música executada por uma orquestra, pensamos que aquela é uma música clássica. A maioria das pessoas usam a expressão ‘música clássica’ considerando toda a música dividida em duas grandes partes: ‘clássica’ e ‘popular’. Para um estudioso ou musicólogo, entretanto, ‘Música Clássica’ tem sentido especial e preciso: é a música composta entre 1750 e 1810, que inclui a música de Haydn, Mozart, Beethoven e outros compositores. As composições de outros autores, não podem ser consideradas clássicas. Ouvir Bach ou Vivaldi significa dizer que estamos ouvindo música barroca, se referirmos a Chopin, estaremos ouvindo música do período romântico. Na verdade, a expressão correta e abrangente seria “Música Erudita” para podermos definir a música não popular.
Diferentemente da música popular, cuja audição envolve, além dos sentidos, movimentos como o de dançar, levando o ouvinte a calma ou a euforia, a música erudita, em todos os seus períodos, tende a levar o sujeito ao equilíbrio, pois uma onda sonora causa mudanças na pressão do ar na medida em que se move através dele. Desta forma, quando os temas musicais fluentes, diminuem a velocidade da pulsação do coração e da respiração, levando o ouvinte a mergulhar em um mundo de harmonia que lhe transmite paz, tranquilidade e sensação de relaxamento.
Composições cheias de tranquilidade evocam as imagens que vão até as fronteiras da percepção humana, comovendo profundamente o ouvinte. Por isso, quando alguém ouve um “canto Gregoriano” ou uma música mais tranquila (harmônica), tende a se acalmar e a entrar num estado de relaxamento e reflexão. Por isso, muitas pessoas ao ouvirem música dessa natureza sentem sonolência devido ao relaxamento dos músculos provocado pelo ar rarefeito.

A MÚSICA E AS CIVILIZAÇÕES:

Entre os vestígios remanescentes das grandes civilizações da antiguidade, foram encontrados testemunhos escritos em registros pictóricos e escultóricos de instrumentos musicais e de danças acompanhadas por música. A cultura sumeriana, que floresceu na bacia mesopotâmica vários milênios antes da era cristã, incluía hinos e cantos salmodiados em seus ritos litúrgicos, cuja influência é perceptível nas sociedades babilônica, caldéia e judaica que se assentaram posteriormente nas áreas geográficas circundantes. O antigo Egito, cuja origem agrícola se evidenciava em solenes cerimônias religiosas que incorporavam o uso de harpas e diversas classes de flautas, alcançou também alto grau de expressividade musical.
Na Ásia, onde a influência de filosofias e correntes religiosas como o budismo, o xintoísmo e o islamismo foi determinante em todos os aspectos da cultura, os principais focos de propagação musical foram as civilizações chinesa – do terceiro milênio antes da era cristã – e a indiana. A tradição musical da Anatólia, porém, penetrou na Europa através da cultura grega, cuja teoria musical constituiu o ponto de partida da identidade da música ocidental, bastante diversa da do Extremo Oriente.
No continente americano, a música americana pré-colombiana possui acentuado parentesco com a chinesa e a japonesa em suas formas e escalas, o que se explica pelas migrações de tribos asiáticas e esquimós através do estreito de Bering, em tempos remotos. Finalmente, a cultura musical africana não-árabe peculiariza-se por complexos padrões rítmicos, embora não apresente desenvolvimento equivalente na melodia e na harmonia.
Por volta de 500 anos D.C., a civilização ocidental começou a emergir do período conhecido como A Idade Escura. Durante os 10 séculos seguintes, a Igreja católica, recentemente emergida, dominou a Europa, instigando “as Cruzadas Santas” contra o leste, estabelecendo Universidades, e geralmente ditando o destino da música, da arte e da literatura. Dessa forma, a Igreja classificou a música conhecida como canto gregoriano que era a música aprovada por ela. Muito posterior, a Universidade de Notre, em Paris, viu a criação de um tipo novo de música chamada organum. Foi cantada a música secular por toda parte na Europa pelos trovadores e trouvères de França. E foi durante a Idade Media que a cultura ocidental viu a chegada do primeiro grande nome em música: Guillaume Machaut, compositor e poeta francês, cônego da catedral de Reims que foi secretário de João de Luxemburgo, rei da Boêmia. Sua obra musical é considerada um dos pontos culminantes da arte do século XIV. Guillaume de Machaut é autor de poemas líricos, baladas, danças, motetos e da famosa “Messe Notre Dame”, a primeira missa polifônica e considerado o maior músico da Ars Nova , período que compreende toda música composta entre 1300 até 1600. O estilo da Ars Nova é mais expressivo e refinado, seus ritmos mais flexíveis e a polifonia mais evoluída.

Referências


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