Aos Vivos – 1995

Um poeta nato Filho da ralé Um torquato neto Parte da turquia Para qualquer parte Parte o coração E faz dos estilhaços arte E faz das fibras de aço som …

Quando não tinha nada eu quis Quando tudo era ausência esperei Quando tive frio tremi Quando tive coragem liguei Quando chegou carta abri Quando ouvi Prince Dancei Quando o olho …

A romã, a tribo, a procura O caldo da cultura, o cauim A quermesse, o curso, a bienal, a escultura Hosana nas alturas, anjos no céu de Berlim. Osasco Osaka …

Painho dormiu não acordou, manheceu Zóio de painho se fechou, painho meu. Não aponte o dedo para Benazir Butho, seu puto Ela está de luto, pela morte do pai Não …

O riso do menino que nem nasce e chora Apavora como a xota da órfã anã Maior que o plenário da ONU E a lágrima do grão-mestre da Ku-klux-klan Klaxon, …

Quando a lama virou pedra E Mandacaru secou Quando o Ribaçã de sede Bateu asa e voou Foi aí que eu vim me embora Carregando a minha dor Hoje eu …

Se você olha pra mim Se me dá atenção Eu me derreto suave Neve no vulcão Se você toca em mim Alaúde emoção Eu em desmancho suave Nuvem no avião …

Os olhos tristes da fita Rodando no gravador Uma moça cosendo roupa Com a linha do Equador E a voz da Santa dizendo O que é que eu tô fazendo …

Alma não tem cor Porque eu sou branco? Alma não tem cor Porque eu sou negro? Branquinho Neguinho Branco negão Percebam que a alma não tem cor Ela é colorida …