Sepultura é uma banda brasileira de heavy metal criada em 1983 pelos irmãos Max e Igor Cavalera em Belo Horizonte, Minas Gerais. O nome da banda surgiu quando Max traduzia uma canção do Motörhead chamada “Dancing on Your Grave”, pois “grave” traduzido para o português, significa “sepultura”. Originalmente, era formada por Igor Cavalera (bateria), Max Cavalera (só na guitarra), Paulo Jr. (baixo) e Wagner Lamounier (guitarra e voz).
Com uma sonoridade que combina death metal e thrash metal com elementos de música tribal, indígena, africana, japonesa e outros estilos, o Sepultura ganhou respeito e fama na década de 1990 com discos como “Arise” (1992) e “Chaos A.D.” (1993), sendo este disco classificado como o 46º melhor disco da música brasileira numa lista organizada pela revista Rolling Stone Brasil em 2007.
Em 1985, Wagner deixa o grupo para formar o Sarcófago, Max assume os vocais e Jairo Guedez entra como segundo guitarrista. Em 1987, Jairo sai e Andreas Kisser assume seu lugar, resultando na formação clássica que duraria dez anos. O vocal, atualmente, é feito pelo americano Derrick Green e a bateria, pelo também americano Greyson Nekrutman, ficando Andreas como guitarrista único.
Em novembro de 1986, é lançado Morbid Visions, primeiro álbum de estúdio e um dos primeiros discos de death metal/black metal do mundo. Vale ressaltar que, nessa época, os membros ainda eram adolescentes. Apesar do alcance restrito ao Brasil, a banda começava a ter reconhecimento na cena underground do metal, principalmente, devido ao surgimento de seu primeiro hit, “Troops of Doom”. Desse modo, a banda muda-se para a capital de São Paulo. Antes, em 1985, lançaram um EP intitulado “Overdose/Bestial Devastation” pelo selo Cogumelo Produções.
Em janeiro de 1991, eles tocaram no Rock in Rio II para um público de mais de 100 mil pessoas. A banda, que havia se mudado do Brasil para Phoenix, Arizona (EUA) em 1990, contratou um novo empresário e gravou o álbum “Arise” nos estúdios Morrisound em Tampa, Flórida. Ao lançá-lo em 1991, o Sepultura tornou-se uma das bandas de thrash/death metal mais elogiadas pela crítica especializada. “Arise” vendeu cerca de 160 mil cópias já nas 8 primeiras semanas. Ao final da turnê de divulgação, o álbum já tinha vendido mais de 1 milhão de cópias, e ficou na posição 119 no top 200 da Billboard.
Em 1993, o Sepultura lança o disco “Chaos A.D.”, com claras influências tribais, além de elementos de música industrial e hardcore punk. Ainda assim, percebia-se que a banda ainda se preocupava com a situação geopolítica mundial, pois pérolas como “Refuse/Resist” e “Territory” estão incrustadas neste álbum, além de “Manifest”, que denunciava o massacre da penitenciária do Carandiru, onde 111 detentos foram mortos. Mesmo sendo mais cadenciado e diversificado que os antecessores, “Chaos A.D.” foi um enorme sucesso e até hoje já vendeu mais de 1 milhão de cópias mundo afora, além de levar o Sepultura a um patamar nunca antes alcançado por uma banda brasileira. O êxito comercial e crítico rendeu vários elogios ao LP, com o AllMusic dando ao álbum uma nota 4.5 de 5 estrelas, considerando que “Chaos A.D. figura entre os maiores álbuns de heavy metal de todos os tempos.” Em 1996, Max deixa a banda por desentendimentos entre eles e a banda segue com nova formação e lançando álbuns com menor sucesso. Em 2007, nova saída, agora do Igor Cavalera, mas ainda o grupo segue na atividade, fazendo shows e lançando discos.
Na edição 2013 do Rock in Rio, o Sepultura tocou 2 vezes. Uma no dia 19 de setembro, no Palco Mundo, ao lado do Les Tambours du Bronx. A segunda apresentação foi no dia 22 de setembro, desta vez no palco Sunset, com a banda tocando ao lado do cantor Zé Ramalho, no espetáculo que foi chamado de “Zépultura”. O show foi bastante elogiado pela crítica e agradou ao público presente. Esta parceria já havia acontecido anteriormente, quando eles gravaram juntos a canção “A Dança das Borboletas” que fez parte da trilha sonora do filme “Lisbela e o Prisioneiro” de 2003.
No dia 9 de maio de 2015, a banda tocou na primeira edição do Rock In Rio USA, em Las Vegas. O show fez parte da turnê de comemoração aos 30 anos da banda, e contou com a participação especial do guitarrista Steve Vai. Juntos, eles tocaram, nesta ordem: “Bad Horsie”, “Kaiowas”, e “Roots Bloody Roots”. Em 2017 lançaram seu 14.º álbum de estúdio, “Machine Messiah”, o qual foi lançado em 3 de janeiro de 2017, através da gravadora Nuclear Blast. É o segundo álbum com o baterista Eloy Casagrande. Foi eleito o 18º melhor disco brasileiro de 2017 pela revista Rolling Stone Brasil.
No Rock in Rio de 2019, o Sepultura abriu o Palco Mundo na noite do metal, ao lado de Helloween, Scorpions e Iron Maiden. Em 2020, lançou seu 15.º álbum de estúdio chamdo “Quadra”, através da gravadora Nuclear Blast. Assim como em seu álbum anterior “Machine Messiah”, a banda foi à Suécia para gravar com o produtor Jens Bogren. É o álbum mais bem sucedido da banda desde “Against” de 1998, entrando nas paradas musicais em 17 países, e no top 20 em 7 países. É também o álbum mais bem sucedido da história da banda na Alemanha e Suíça, ultrapassando a posição de “Roots”, atingindo a posição número 5 e número 13, respectivamente.
Em dezembro de 2023, a banda fechou o ano com uma série de shows pela Austrália. O último show aconteceu em 4 de dezembro, no The Princess Theatre, em Brisbane.
Atualmente a banda segue em atividade com a formação contendo Paulo Jr. no baixo (desde 1984); Andreas Kisser nas guitarras e vocais de apoio (desde 1987); Derrick Green – vocais e percussão (desde 1997) e Greyson Nekrutman na bateria, que vem tocando com a banda a partir de 2024.


